INTRODUÇÃO
Todos
nós herdamos um temperamento dos nossos pais. Ele é a combinação de
características congênitas que consciente ou inconscientemente, afetam nosso
procedimento. O temperamento de uma pessoa pode torná-la extrovertida ou
introvertida, perfeccionista ou bagunçada. Ele é a influência número um na vida
das pessoas, pois, como a cor dos olhos, ele nos acompanha a vida toda. O
temperamento nos influencia em hábitos de estudo, de sono, em estilo de
alimentação e até no modo de se relacionar. Estas características do
temperamento podem e devem ser controladas, mas pode durar algum tempo, ou até
uma vida inteira, para que você aprenda a controlá-las. Tudo depende da
intensidade de como lidamos com o nosso temperamento.
A
palavra temperamento vem do latim “temperare”, que significa
"equilíbrio". O temperamento é um aspecto da personalidade e diz
respeito às disposições e reações emocionais, bem como de sua rapidez e
intensidade.
1. Fundamentação Teórica
1.1.
Perfil psicológico de estudantes na faixa
etária de 15 – 17 anos praticantes de atividade física em uma escola da rede
pública de Santa Maria
De acordo com Samulski (2002), o desenvolvimento
da personalidade pode ser influenciado num grau elevado através de processos de
aprendizagem, de socialização, pelo esporte entre outros. Para o rendimento
esportivo, tornam-se necessárias igualmente características de personalidade
como capacidade de liderança, dominância, extroversão e comunicação social, por
isso ele diz que a atividade física é muito importante para o desenvolvimento
da personalidade.
Segundo Samuslki (2002), as relações entre
esporte e personalidade são representadas, na Psicologia do esporte, por três
diferentes hipóteses:
A. Hipótese da seleção: o esporte é considerado como fator de seleção.
Geralmente as pessoas orientadas para o rendimento se dedicam ao esporte
competitivo, as pessoas agressivas se interessam pelo boxe, e as pessoas
introvertidas têm preferência pelos esportes individuais.
B. Hipótese de socialização: o esporte é importante fator de socialização. A
atividade esportiva influencia a personalidade e o desenvolvimento da
personalidade de uma forma específica, alterando, por exemplo, a motivação para
o rendimento, o comportamento agressivo, a liderança e a comunicação social.
C. Hipótese de interação: os processos de seleção e de socialização
influenciam-se de forma recíproca. O boxeador que, por sua natureza, já é
agressivo se torna mais dominante ainda, o atleta de alto nível se torna mais
dominante e o atleta de esporte coletivo se torna mais extrovertido.
Metodologia
Fizeram parte da amostra 153 alunos do Ensino
Médio na faixa etária de 15 – 17 anos, de ambos os sexos, sendo 79 do sexo
feminino e 74 do sexo masculino. Foi utilizado um questionário para detectar
cada temperamento (melancólico, colérico, sanguíneo e fleumático).
Conclusão
A partir dos resultados obtidos, pode-se inferir
que os adolescentes do sexo masculino e do sexo feminino, participantes do
estudo, caracterizam-se, na sua maioria, por apresentarem comportamentos
extrovertidos e serem instáveis em suas reações e emoções, tendo perfil de
pessoas com o temperamento colérico e sanguíneo, o que confirma a literatura da
área, a qual refere que pessoas com tendência a temperamento colérico e
sanguíneo dão preferência à prática de esportes coletivos, como handebol,
basquete, voleibol, futsal, entre outros.
Sugere-se que outros estudos sejam realizados,
em outras escolas e com alunos de outras faixas etárias, pois, com base nos
resultados desses, os professores de Educação Física podem ter a oportunidade
de conhecer psicologicamente seus alunos e, a partir desse conhecimento,
organizar suas aulas de acordo com as necessidades e preferências dos
discentes, conseguindo, assim, maior envolvimento e motivação dos alunos.
1.2.
Retrato da sala de aula
Desde
a antiguidade, os homens buscam classificar e explicar os seres humanos de
acordo com a sua personalidade. Hipócrates criou quatro classificações para as
personalidades, sendo o primeiro a criar esse tipo de categorização para os
homens. Para ele, os homens eram agrupados nas seguintes classes: sanguíneo,
fleumático, colérico e melancólico.
Desde
então, estudos a respeito desse assunto continuaram a surgir. Recentemente, uma
tentativa de classificação de personalidades, foi criada no Brasil pelo
psiquiatra Diogo Lara, professor de Medicina e Biociências da PUC-RS. Lara
chegou à conclusão de que existem 12 tipos de temperamentos que são agrupados
em quatro classes diferentes: internalizados (depressivo, apático, ansioso),
estáveis (eutímico, hipertímico, obsessivo), instáveis (ciclotímico, disfórico,
volátil) e externalizados (desinibido, irritável, eufórico).
Esses
fatos foram aplicados à educação, em busca de propor o estilo de aula adequado
para cada grupo de alunos. Após uma pesquisa, Lara afirmou que, em geral, 40%
dos alunos de uma sala são do tipo "estável" e os outros 60% se
dividem igualmente entre os outros três perfis.
Ao
final, o psiquiatra concluiu que existem dois tipos de aula: um expositivo e
outro dinâmico. O aluno “estável”, previsível e que presta a atenção, é capaz
de se adaptar aos dois modos, já os “inibidos”, que geralmente sentam-se às
laterais da classe, buscando se desviar de perguntas diretas, por medo de uma
aula mais participativa, se adaptam melhor à aula expositiva. Os “instáveis” e
“externalizados”, que compõem a chamada “turma do fundão”, necessitam de uma
aula prática e dinâmica, pois estes tipos são geralmente muito elétricos.
Apesar
de a pesquisa de Lara ter gerado uma conclusão plausível, é necessário cuidado
ao classificar a personalidade de uma pessoa. Assim como, depois de Hipócrates
ter definido suas classes, os homens continuaram com suas pesquisas, depois de
Lara, outros continuarão a pesquisar o que pode acarretar o aparecimento de
novas classificações.
1.3.
PUCRS: Pesquisa desvenda temperamento dos
brasileiros
Nosso
comportamento do dia a dia tem origem das emoções que sentimos e do
temperamento que faz parte da nossa personalidade.
Uma pesquisa tem sido feita no site
www.temperamento.com.br, pelo Grupo de Pesquisas Base Neurológicas e Tratamento
de Transtorno Neuropsiquiátricos. O organizador tem uma visão de que tem que se
equilibrar o medo, a vontade e o controle para ter uma boa saúde mental, que
ele acredita ser na verdade uma ausência de doença.
As pesquisas foram feitas e até o
momento haviam 37 mil respostas, onde 70% são mulheres. A partir da pesquisa
descobriu-se que 18% dos brasileiros são obsessivos, 16% são eutímicos, 15%
hipertímicos e 15% ciclotímicos, disfóricos e voláteis. Essa pesquisa vai
ajudar o pesquisador e psiquiatra Diogo Lara a elaborar um mapa de
temperamentos.
1.4. A Teoria dos Humores
Hipócrates,
o pai da medicina, relacionou a teoria cósmica de Empédocles de Acragas à saúde
das pessoas, criando a Teoria dos Quatro Humores. Os Quatro Humores são:
sangue, bílis preta, bílis amarela e fleuma. Essa teoria afirma que a química
do corpo determina o humor e defende que uma boa saúde depende do equilíbrio
dos Quatro, o excesso de um deles provoca doenças e traços exagerados na
personalidade. Essa teoria foi adaptada por muitos pesquisadores, alguns não
utilizaram o nome original, dando origem aos Quatro Temperamentos Humanos.
Sanguíneo
Uma
pessoa, cujo temperamento é sanguíneo, é uma pessoa extrovertida, animada, de
fácil convivência. De origem, ela é receptiva, amigável, viva, a alegria da
festa. Uma pessoa sanguínea não reflete muito antes de tomar uma decisão, suas
decisões são tomadas pelos seus sentimentos. Nunca faltam amigos para o
sanguíneo, ele pode sentir facilmente as alegrias e as tristezas das pessoas.
Ele é falante e muito expressivo. Quando conta uma história, sua natureza
calorosa e emocional nos ajuda a reviver o fato passado. Os sanguíneos se
apegam facilmente as pessoas, mas são os primeiros a esquecê-las. Eles são
indisciplinados, bagunçados e dotados de vontade fraca.
Colérico
Uma pessoa de temperamento colérico é
uma pessoa prática, dotada de vontade forte. Ela se mostra decisiva,
independente e autossuficiente. Como os sanguíneos, os coléricos são
extrovertidos, mas não tão intensamente. Eles não vacilam sob a pressão das
outras pessoas, são eficientes e sua praticidade faz com que terminem seus
afazeres rapidamente. O emocional de uma
pessoa colérica é a parte menos desenvolvida de seu temperamento, ele raramente
chora. O colérico é ótimo em debates, argumenta muito bem e defende sua tese,
porém usa de muito sarcasmo e pode ser um pouco agressivo verbalmente. Ele não
se simpatiza facilmente com os outros, nem mostra ou exprime compaixão, costuma
ser dominador e mandão.
Melancólico
Esse temperamento é conhecido como o
mais rico de todos os temperamentos. O nome dá a sugestão de tristeza,
depressão, mas o temperamento melancólico não se trata disso. Uma pessoa
melancólica é muito sensível às emoções. É analista, perfeccionista, obtém seu
prazer nas artes, seja música, dança até desenhos. Diferente dos dois
temperamentos que já vimos, o melancólico é introvertido, mas, algumas vezes,
quando seus sentimentos levam-no às alturas do êxtase, ele age como se fosse
extrovertido. Uma pessoa melancólica é muito insegura, por isso depende tanto
das pessoas. É um amigo fiel, mas tem dificuldade em fazer amizades. Diferente
dos coléricos, ele é analista e sabe verificar os obstáculos antes de tomar
qualquer decisão. Dificilmente um melancólico irá escolher uma profissão
difícil, pois se acha incapaz de executá-la, porém se escolher, se mostrará
muito persistente.
Fleumático
Um indivíduo fleumático é de natureza
calma, nunca se perturba ou fica irado. É o temperamento de mais fácil
convivência. O nome Fleumático deriva do que Hipócrates pensava ser o fluido
corporal que produz o temperamento calmo, frio e equilibrado. Um fleumático
sempre evita violência, nunca parece estar agitado. Ele é introvertido, seco,
mas tem um senso de humor natural. Esse indivíduo tem um bom coração e é capaz
de simpatizar com as pessoas. Ele não se mostrará voluntário em alguma posição
de liderança, mas se forçado, será muito competente. Uma pessoa cujo
temperamento é fleumático é desmotivada e tenta não se envolver nas atividades
dos outros. Enquanto um colérico se levanta por uma causa, o fleumático analisa
as circunstancias e questiona “Por que alguém não faz algo sobre isso?”. Ele é
um perfeito diplomata e capaz de estabelecer paz e concórdia.
1.5.
Combinações dos Temperamentos
Todos
nós somos uma mistura de no mínimo dois temperamentos, na qual deles um
predomina e o outro é secundário. Examinaremos a seguir todas as doze
combinações:
Sanguíneo Colérico
É
o temperamento mais extrovertido e decidido de todas as combinações, pois ambos
os temperamentos são de natureza extrovertida. A simpatia e a carisma do
sanguíneo o faz voltado às pessoas e a natureza colérica o faz organizado e
produtivo. Uma de suas características mais notáveis é que ele se encaixa em
quase todos os campos voltados para as pessoas, mas ele deve oferecer
variedade, atividade e estímulo.
Apesar
de ser de ser extrovertido e amável, ele sente-se ameaçado e inseguro. A sua
fraqueza é ser uma pessoa muito externa e por ter opiniões fortes se expressa
em voz alta antes de conhecer todos os fatos.
Sanguíneo Melancólico
O
sanguíneo melancólico é altamente emocional. É muito sensível e pode sentir as
tristezas das pessoas. Ele se da bem com as artes, em especial o teatro e a
música. É extremamente perfeccionista e expressa suas criticas verbalmente.
Ambos
os temperamentos são sonhadores, porém, se a parte melancólica levar a um
pensamento negativo, o potencial do sanguíneo melancólico poderá ser anulado.
Ele
sofre com a questão da insegurança e da grande importância à admiração das
pessoas. Ser admirado por alguma pessoa muitas vezes é o impulso que o leva às
grandes realizações.
Sanguíneo Fleumático
Uma
pessoa que tem o temperamento sanguíneo fleumático é extremamente alegre, livre
de preocupações e cheia de bom humor. É uma pessoa fácil relacionamento, que
gosta de ajudar outras pessoas e não machucaria propositalmente alguém.
A
sua maior fraqueza é a desmotivação e a indisciplina. Ele prefere se socializar
a trabalhar. Porém, ele raramente se perturba diante de algum problema.
Geralmente tem um repertório de piadas e gosta de fazer as pessoas rir.
Colérico Sanguíneo
É
o segundo mais extrovertido dentre as combinações. Alguém extremamente ativo,
cujos esforços são produtivos tem propósitos, na maioria das vezes. É um
excelente motivador, cheio de carisma e que cresce com os desafios. É corajoso,
cheio de energia e nunca chega aos lugares sem ser notado. Porém os pontos
fracos dele também são bem intensos. Tem uma ira explosiva e guarda
ressentimento duradouro. É impaciente, brutalmente franco, distraído,
impetuoso.
Colérico Melancólico
O
indivíduo colérico melancólico carrega uma combinação que caracteriza alguém
detalhista e também dotado de objetividade e vontade forte. É rápido, ótimo
argumentador e analista. Um líder completo! Ele é intenso, muito amado ou
bastante odiado, pois pode ser facilmente controlador e ditador. Mas pode ser
um sarcástico de alto nível, se quiser. Nas discussões ele guarda hostilidade e
ressentimento e tem certa dificuldade com relacionamentos pessoais.
Colérico Fleumático
É
o mais extrovertido de todos os temperamentos. É muito ativo e entusiasmado,
mas ao mesmo tempo consegue ser calmo e indiferente. Não tem tanta iniciativa
como os outros coléricos e pode ser um pouco lento, mas é extremamente
organizado e norteado, um ótimo administrador! Todavia ele tem o problema de
guardar muito ressentimento amargura. E geralmente é alguém muito teimoso e
obstinado, se arrepende com dificuldade e não pode ser descrito como alguém
corajoso e aventureiro, já que suas características atrapalham esse lado.
Melancólico Sanguíneo
É,
geralmente, alguém muito talentoso, um músico de altíssima qualidade! Sua parte
melancólica faz com que seja bom com os detalhes e seu lado sanguíneo dá
capacidade de comunicar-se bem, podendo assim ser um ótimo educador e bastante
encontrado nessa área. Porém ele é alguém tão emotivo, que tem muitos altos e
baixos. Chora com facilidade e pode ser duro com as pessoas. Tem baixa autoestima,
é inseguro e só coopera quando as coisas estão a seu modo.
Melancólico Colérico
As
mudanças de ânimo do melancólico são controladas pela vontade forte do
colérico. Faz quase tudo muito bem feito, é um bom líder e bastante eficiente.
Mas ele é difícil de agradar e nunca está satisfeito consigo mesmo. Não fica
emocionalmente abalado por muito tempo, como os outros tipos de melancólicos,
entretanto, cai nessa atitude com bastante frequência. Tem também, mania de
autoperseguição e crítica.
Melancólico Fleumático
É
o mais erudito de todos. Se dá bem com os outros e combinam o perfeccionismo
com a eficiência organizacional. É
humanitário e prefere locais quietos e tranquilos para estudar e desenvolver
seus assuntos. Um maravilhoso escritor e bom matemático. Porém, esse indivíduo
é facilmente desencorajado e por isso se torna uma pessoa negativa. É alguém
quieto e consegue controlar muito bem sua ira e tendência à vingança.
Fleumático Sanguíneo
É
o mais comunicativo de todas as outras combinações. Alegre, cooperador,
pensativo, diplomático, amoroso, divertido e popular com todos os tipos de
pessoas. Não obstante, esse indivíduo é alguém difícil de conviver o tempo
todo, já que é indisciplinado e pouco motivado. Uma das coisas ruins que isso
gera é o forte medo de coisas novas. Por isso, geralmente fica aquém das suas
capacidades e desiste com frequência dos assuntos em que está envolvido.
Fleumático Colérico
É
alguém de fácil convivência e pode se tornar um excelente líder de grupo. Tem
potencial para ser conselheiro, pois é bom ouvinte e está realmente interessado
na história do próximo. Tem um espírito gentil, é bem organizado e sempre segue
as normas e regras impostas. Suas características ruins geralmente aparecem com
o passar do tempo, nunca à primeira vista. Então, percebe-se que ele é pouco
motivado e extremamente teimoso. Sua ira e protesto se refletem no silêncio, e
ele raramente explode com outra pessoa. Pode se tornar, ao longo do tempo,
bastante passivo e sedentário, o que pode fazer de sua vida algo maçante.
Fleumático Melancólico
De
todas as combinações, é o mais gentil, gracioso e quieto. Quase nunca se ira ou
diz algo embaraçoso (porque quase nunca diz alguma coisa). Veste-se com
simplicidade e todos podem depender de sua ajuda e exatidão. Mas por ser
quieto, acaba tendo falta de autoimagem. Também é alguém muito crítico, negativo,
passivo e temeroso a qualquer situação. Ele trabalha bem sob pressão, mas nunca
é muito ativo em determinada situação.
1.6.
Influências dos Temperamentos
Hábitos de Estudo
Os
sanguíneos geralmente não são bons estudantes. Seu interesse é de pouca duração,
eles são indisciplinados e se distraem facilmente, tanto com um pássaro que voa
no céu até com um quadro em uma parede. Esses indivíduos tem um incrível
potencial, mas desperdiçam por falta de disciplina. Eles podem ser muito bons
se forem motivados.
Os
coléricos são muito espertos, leem em alta velocidade e tem mentes muito
curiosas. Eles geralmente se interessam por assuntos voltados para as pessoas,
como literatura, psicologia, história. Podem também não serem bons com a
escrita, porque passam por cima dos assuntos rapidamente.
Indivíduos
melancólicos geralmente são bons estudantes. Se forem motivados, devorarão os
livros. Suas mentes retêm as informações e são capazes de gravar os detalhes.
São bem concentrados, disciplinados, até mesmo em lugares bagunçados ou
barulhentos. Geralmente são bons na escrita e se atentam a cada palavra.
Pessoas
de temperamento fleumático tem potencial para serem bons estudantes, porém são
procrastinadores. Concentram-se em tarefas de curta duração e não se dão bem
com projetos longos. Sob pressão trabalham melhor, são analistas e capazes de
deduzir. Possuem uma boa memória e se forem motivados a aprender podem ser
pessoas muito inteligentes.
Habilidades de Comunicação
Os
sanguíneos são expressivos, muito exagerados, são oradores intuitivos.
Os coléricos são extrovertidos moderadamente,
são ótimos debatedores, argumentadores, mordazes e sarcásticos.
Os
melancólicos pensam precisamente no que dizer antes de falar, não gostam de
interromper as pessoas e quando começam seus argumentos, não param até concluir
seu pensamento.
Os
fleumáticos são quietos, não gostam de entrar em debates e nem se meter na
conversa alheia.
Habilidades no Trânsito
Os
indivíduos sanguíneos são inconstantes até mesmo no trânsito. Algumas vezes dirigem
a uma velocidade muito alta e, de repente, passam a dirigir lentamente, sem
nenhum motivo. São tão voltados às pessoas que até viram o rosto, passando a
olhar para o passageiro ao invés de olhar para frente.
Os
coléricos costumam dirigir em alta velocidade tentando ganhar mais tempo.
Costumam ser grosseiros e impacientes com outros motoristas.
Os motoristas melancólicos não partem para uma
viagem sem estudar o seu trajeto. Eles raramente dirigem em alta velocidade e
com frequência fazem reparos no veículo.
Os fleumáticos são motoristas mais lentos,
raramente mudam de faixa e mostram-se um perigo em uma estrada.
Maneira de Fazer Compras
Os
sanguíneos não se importam com os preços, selecionam tudo a fim de obter
satisfação visual. São atraídos pelas embalagens e por propagandas.
Os
coléricos, principalmente os homens, não se interessam muito por compras.
Entram nas lojas para comprar o necessário e querem sair dali rapidamente.
Os
melancólicos são mais deliberados nas compras, escolhem pelo preço e pela
qualidade. São indecisos, deixam a loja e experimentam o produto várias vezes
até decidirem se irão comprar ou não.
Os fleumáticos geralmente gostam de comprar.
Não são tão indecisos quanto os melancólicos, mas precisam de tempo e compram
devagar.
1.7.
Vocação
Sanguíneo
Por
serem bastante animados e carismáticos naturalmente, os sanguíneos, geralmente,
são excelentes vendedores, já que são muito convincentes.
Além
de bons vendedores, são excelentes atores e oradores. São notáveis mestres de
cerimônias, leiloeiros e, algumas vezes, líderes (se devidamente misturados com
outros tipos de temperamento).
Na
área de ajuda ao próximo, são excelentes como trabalhadores de hospitais.
Conseguem “levantar” os doentes com seu encanto natural. A compaixão deste
médico em relação ao seu caso quase vale a conta exorbitante que ele for cobrar
(pois os sanguíneos nunca são moderados em coisa alguma).
Seja
qual for o trabalho dos sanguíneos, deve com certeza ser algum que exija
contato abundante com pessoas. Porém um sanguíneo não presta muita atenção nos
detalhes, o que deve afastá-lo de profissões que pedem esse tipo de
característica.
A
falta de disciplina também pode ser um problema para um sanguíneo. Mas não há
nada que o impeça de realizar o melhor possível onde estiver.
Colérico
Qualquer
profissão que requeira liderança, motivação e produtividade, está aberta para
os coléricos, contanto que não exija muita atenção aos detalhes nem
planejamentos analíticos. Reuniões de comissão e planejamento são muito chatas
para eles, pois são executores.
A
maioria dos empresários tem influência do temperamento colérico. Eles formulam
ideias e mostram-se aventureiros o bastante para se lançarem em novas direções.
Mas os coléricos não são distribuidores de responsabilidades e tendem a gostar
mais do fruto de seu trabalho do que de outros. Como consequência, preferem
fazer tudo sozinhos, mas como são produtivos, passam a preferir trabalho em
grupo, o qual tem uma produção bem maior.
Sua fraqueza primária como líder é a de
serem muito difíceis de agradar e tendem a passar com ímpeto sobre as pessoas.
O estilo de liderança do colérico é o de criticar e “castigar” para que os que
estão sob sua autoridade sejam mais produtivos. Mas quando descobrem que o
estímulo, a aprovação e o encorajamento são mais eficientes, sua liderança
melhora radicalmente.
Sua
vontade forte e outras características citadas anteriormente o fazem parecer
mais espertos do que os outros. Mas não quer dizer necessariamente que eles
sejam. É apenas o temperamento que pode ajudar a passar essa impressão.
Melancólico
Geralmente,
nenhum outro temperamento tem tanta criatividade ou imaginação como os
indivíduos melancólicos, e ninguém é mais perfeccionista. A maioria dos grandes
compositores, artistas, músicos, inventores, filósofos, teóricos, teólogos,
cientistas e educadores dedicados são melancólicos.
Alguns
dizem que quanto mais genial o artista, maior é o seu grau de melancolia. E,
qualquer profissão que requeira perfeição, autos sacrifício e criatividade,
será uma boa opção aos melancólicos. Entretanto, tendem a impor limitações ao
seu potencial subestimando-se e criando obstáculos exagerados. Qualquer vocação
humanitária atrairá indivíduos melancólicos ao grupo de trabalho. Embora
existam exceções, quase todos os médicos são predominantemente do tipo
melancólico, ou melancólico secundário. O que é natural, pois um médico precisa
ser perfeccionista, um especialista. Assim como todo verdadeiro músico e também
engenheiros, cientistas e bombeiros.
Uma vocação que parece atrair sujeitos
melancólicos, surpreendentemente, é a de ator, embora identifiquemos nessa
profissão pessoas mais extrovertidas. No palco, os melancólicos podem tornar-se
outras pessoas e até adotar a nova personalidade, sem importar a extroversão
que é necessária; mas assim que a peça terminar, eles descerão do seu ponto
alto emocional e reverterão à sua própria personalidade, mais introvertida.
Nos
negócios, os melancólicos podem sofrer frustrações pelos usuais problemas
pessoais e com suas exigências perfeccionistas não atendidas.
Fleumático
O
mundo tem-se beneficiado grandemente da natureza graciosa dos fleumáticos. À
sua maneira quieta, se mostram cumpridores dos sonhos de seus semelhantes. Eles
são mestres em qualquer atividade que necessite paciência meticulosa e rotina
diária.
Tem
bastante facilidade para dar aulas para crianças, por sua enorme paciência e
jeito calmo. Outro campo que necessita dos fleumáticos é a engenharia. Atraídos
por planejamento e cálculos, eles se dão muito bem nas áreas que englobam essa
característica.
Fleumáticos
experientes em suas áreas também se tornam excelentes gerentes de outras
pessoas. Visto que são diplomáticos e não abrasivos, as pessoas trabalham bem
com eles. Quando recebem posição de liderança, parece que impõem ordem ao caos
e produzem uma harmonia de trabalho que conduz ao aumento da produtividade.
Eles são bem organizados, nunca chegam atrasados em reuniões, tendem a
trabalhar melhor sob pressão e são extremamente confiáveis. Mesmo executando
essa tarefa com destreza, eles não gostam de assumir muitas responsabilidades e
posições de autoridade. Por isso, é pouco provável de se ver um fleumático num
cargo de liderança.
2. Justificativa
Resolvemos
trabalhar o tema “Os Quatro Temperamentos Humanos” por ser algo que uma pequena
parte da população conhece, e que todos nós vivenciamos.
Nós
lidamos com este tema em todos os momentos de nossa vida: é comum falarmos
sobre o comportamento de alguém, criticando ou elogiando; também é comum
falarmos sobre as nossas próprias atitudes. Apesar disso, quase nunca paramos
para pensar no porquê de nossas atitudes serem como são. E é a partir deste
fato que surge nossa justificativa. Escolhemos este tema, pois, ao aumentarmos
nosso conhecimento sobre assunto, nossa capacidade de entender a nós mesmos e
àqueles que nos cercam também é acrescida.
3. Objetivos
3.1.
Objetivo Geral
Todo
trabalho necessita de um foco. Todo trabalho necessita de um eixo, uma linha de
raciocínio a ser seguida. Nosso trabalho não é diferente: nós possuímos um
objetivo.
Como dito anteriormente, o que nos
motivou a trabalhar com os quatro temperamentos humanos foi a presença deste
tema em nosso viver. Quando conhecemos este assunto sabemos o porquê agimos
como agimos. Portanto, o objetivo geral de nosso trabalho pode ser resumido em:
entender nossas atitudes.
3.2.
Objetivos Específicos
Para
chegar ao nosso objetivo geral de entender as atitudes humanas, se tornou
necessária a realização de algumas etapas. Estas etapas são chamadas de
objetivos específicos e estão listadas abaixo:
·
Apresentar o tema às pessoas;
·
Analisar as características das mesmas;
·
Analisá-las diante de determinadas situações;
·
Definir o porquê das atitudes cotidianas
deste indivíduo.
DESENVOLVIMENTO
1. População
Para
realizar nossa pesquisa, utilizamos como população os habitantes da cidade de
Bauru.
A cidade possui, segundo dados
fornecidos em seu website, 359.429 habitantes (est. IBGE/2009), ficando em 17º
lugar no Estado de São Paulo quanto ao número de habitantes.
2. Amostra
Em
nossa pesquisa foram distribuídos 240 questionários. Como amostra para a coleta
de dados, utilizamos os seguintes pontos da cidade:
·
Colégio Técnico Industrial “Isaac Portal
Roldán” – UNESP, onde foram entregues 68 questionários;
·
Superintendência de Controle de Endemias,
onde foram entregues 47 questionários;
·
Triata, onde foram entregues 25
questionários;
·
Departamento de Água e Esgoto de Bauru, onde
foram entregues 32 questionários;
·
Green Ville, onde foram entregues 19
questionários;
·
Colégio Guedes de Azevedo, onde foram
entregues 29 questionários;
·
Centro Espírita Amor e Caridade, onde foram
entregues 20 questionários.
3. Objetivos das questões
Quando relacionadas ao objetivo,
nossas questões podem ser divididas em alguns grupos. Primeiramente, as
questões de número 1 e 2, nos fornecem os dados pessoais dos entrevistados. A
questão 3, por sua vez, nos permite analisar o grau de conhecimento do entrevistado a respeito do
tema. As questões de 4 a 15 tem caráter geral, ou seja, nos dão uma visão
superficial do perfil do indivíduo, a qual ajudará na classificação do
temperamento do mesmo. Por último, as questões de 16 a 21, são específicas,
apresentando situações e questionando o entrevistado a respeito de sua reação;
desta maneira, podemos concluir qual é o seu temperamento.
4. Questionário
5. Gráficos e Tabelas
As tabelas foram formuladas a partir
dos questionários respondidos e os gráficos a partir das respectivas tabelas.
Para interpretação das tabelas é
necessário o uso da seguinte legenda:
Fi
|
frequência
|
Fri(%)
|
frequência relativa percentual
|
FAC
|
frequência acumulada
|
FAC(%)
|
frequência acumulada percentual
|
5.1.
Questão 1 – Qual é o seu gênero?
Gênero:
|
fi
|
Fri (%)
|
FAC
|
FAC (%)
|
Feminino
|
119
|
49,58
|
119
|
49,58
|
Masculino
|
121
|
50,42
|
240
|
100
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: 49,5% de nossa amostra foi composta por indivíduos do sexo
feminino e 50,5% por indíviduos do sexo masculino. Pode-se perceber que há
praticamente um empate quando comparamos os dois percentuais. Esse fato foi
proposital: “selecionamos” a mesma quantidade de pessoas nos dois diferentes
gêneros para tornar nossa amostra proporcional.
5.2.
Questão 2 – Quantos anos
você tem?
Rol:
14 14 15 16 16 17 19 21 26 30 40 46
14 14 15 16 16 17 19 21 26 31 40 46
14 14 15 16 16 17 19 22 26 32 40 46
14 14 15 16 16 17 19 22 26 32 42 48
14 14 15 16 16 18 19 22 26 32 42 49
14 14 15 16 16 18 19 22 26 33 42 49
14 14 15 16 16 18 19 22 26 33 42 49
14 15 15 16 16 18 19 22 26 33 42 49
14 15 15 16 16 18 19 22 27 34 42 49
14 15 15 16 17 18 19 23 27 35 43 49
14 15 15 16 17 18 20 23 28 37 44 51
14 15 15 16 17 18 20 23 28 37 44 52
14 15 16 16 17 18 20 23 29 38 45 55
14 15 16 16 17 18 20 23 29 38 45 56
14 15 16 16 17 18 20 24 29 38 45 56
14 15 16 16 17 18 20 24 29 39 45 76
14 15 16 16 17 18 21 25 29 39 45 82
14 15 16 16 17 18 21 25 30 39 45 92
Classes
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
14
|-- 30
|
179
|
74,58
|
179
|
74,58
|
30
|-- 46
|
42
|
17,50
|
221
|
92,08
|
46
|-- 62
|
16
|
6,67
|
237
|
98,75
|
62
|-- 78
|
1
|
0,42
|
238
|
99,17
|
78
|-- 94
|
2
|
0,83
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Média
|
24,57
|
Moda
|
16
|
Mediana
|
18
|
Desvio
Padrão
|
13,02
|
Desvio Médio
|
10,10
|
Explicação: Nossa amostra possui indivíduos de diferentes idades, porém,
se concentra em pessoas na idade produtiva, ou seja, estudantes e
trabalhadores. Distribuímos as idades dessa maneira para podermos avaliar o
perfil do trabalhor e do estudante atual e medir o quanto seu temperamento é
“moldado” pelo seu ambiente de trabalho.
5.3.
Questão 3 – Você já ouviu falar sobre os
quatro temperamentos humanos?
Você
já ouviu falar dos quatro temperamentos humanos?
|
fi
|
Fri(%)
|
FAC
|
FAC(%)
|
Sim
|
93
|
38,75
|
93
|
38,75
|
Não
|
147
|
61,25
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação:
Através desse gráfico notamos a falta de conhecimento em relação ao assunto já
que apenas 39% de nossa amostra já havia ouvido falar a respeito dos quatro
temperamentos humanos. Este pode parecer um índice alto, porém devemos
considerar que muitas dessas pessoas ouviram apenas algum comentário sobre, e
podem não conhecer o assunto realmente.
5.4.
Questão 4 – Você se comporta de maneira:
Você se comporta de maneira:
|
fi
|
Fri (%)
|
FAC
|
FAC (%)
|
Introvertida
|
90
|
37,50
|
90
|
37,50
|
Extrovertida
|
150
|
62,50
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: Através
desse gráfico notamos que a maioria de nossa amostra (63%) se comporta de
maneira extrovertida. Algumas dessas pessoas podem ter desenvolvido essa
característica ao longo do tempo para poder se encaixar em seu ambiente de
trabalho, escola, ou até mesmo em seu grupo de amigos.
5.5.
Questão 5 – Você fala rápido e
espontaneamente?
Você
fala rápido e espontaneamente?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
149
|
62,08
|
149
|
62,08
|
Não
|
91
|
37,92
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: Como vimos anteriormente, a maioria de nossa amostra se
comporta de maneira extrovertida. Geralmente, pessoas com essa característica
são muito desenvoltas e não encontram problemas para se expressar,
desenvolvendo a habilidade de falar rápido e de maneira espontânea. Neste fato
se justifica os 62% que responderam “SIM” quando questionados a respeito de sua
fala ser rápida e espontânea.
5.6.
Questão 6 – Você precisa pedir desculpas com
frequência?
Você
precisa pedir desculpas com frequência?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
70
|
29,17
|
70
|
29,17
|
Não
|
170
|
70,83
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: O
gráfico acima indica que 71% de nossos entrevistados costumam pedir desculpas
com frequência e 29%, não. Podemos concluir, portanto que grande parte de
nossos entrevistados possuem, como principal ou secundário, o temperamento
melancólico.
5.7.
Questão 7 – Você tem reações altamente
emocionais e intensas?
Você
tem reações altamente emocionais e intensas?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
122
|
50,83
|
122
|
50,83
|
Não
|
118
|
49,17
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação:
Reações altamente emocionais e intensas são associadas ao temperamento
sanguíneo. Provavelmente, os 51% de indivíduos, que responderam “SIM”, possuem
características do temperamento sanguíneo em sua personalidade.
5.8.
Questão 8 – Você fala lenta e quietamente?
Você
fala lenta e quietamente?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
74
|
30,83
|
74
|
30,83
|
Não
|
166
|
69,17
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação:
Novamente, os índices de pessoas com características extrovertidas se
confirmam. Apenas 31% de nossa amostra falam lenta e quietamente, ou seja,
possuem características introvertidas.
5.9.
Questão 9 – Você soletra bem?
Você
soletra bem?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
166
|
69,17
|
166
|
69,17
|
Não
|
74
|
30,83
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação:
Como podemos observar que 69% de nossos entrevistados dizem soletrar bem. A
partir dessa informação, podemos concluir que estes entrevistados possuem
características do temperamento melancólico.
5.10. Questão
10 – Você se sai bem em matemática e nos detalhes?
Você
sai bem em matemática e nos detalhes?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
150
|
62,50
|
150
|
62,50
|
Não
|
90
|
37,50
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: 62%
de nossos entrevistados dizem se sair bem em matemática e 38% dizem que não.
Podemos dizer, portanto, que estes 62% provavelmente possuem o temperamento
colérico como seu primeiro ou segundo temperamento.
5.11. Questão
11 – Você fica deprimido facilmente?
Você
fica deprimido facilmente?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
97
|
40,42
|
97
|
40,42
|
Não
|
143
|
59,58
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: Como
notamos no gráfico acima, 60% dos entrevistados responderam que não ficam
deprimidos facilmente e 40% dos entrevistados responderam que ficam. Isso nos
mostra que a maioria não é classificada como pessoas de temperamento emotivo,
sanguíneo ou melancólico, mas sim de temperamento mais frio, como colérico e
fleumático.
5.12. Questão
12 – Você tem habilidades com música ou artes?
Você
tem habilidades com música ou artes?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
109
|
45,42
|
109
|
45,42
|
Não
|
131
|
54,58
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: Podemos
notar nesse gráfico que, de 240 entrevistados, somente uma porcentagem de 45%
tem habilidades com música. Pode se dizer então que estes possuem algum tipo de
ligação com o temperamento melancólico, sendo este talvez seu primeiro ou
segundo temperamento ou o indivíduo convive com pessoas melancólicas.
5.13. Questão
13 – Você se apega e desapega facilmente às pessoas?
Você
se apega e desapega facilmente às pessoas?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
101
|
42,08
|
101
|
42,08
|
Não
|
139
|
57,92
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: Ao observar
o gráfico da questão 13 do nosso questionário, notamos que 42% dos
entrevistados se apegam e desapegam facilmente às pessoas. Essa característica
compõe o temperamento sanguíneo, sendo assim, 42% dos entrevistados tem uma
possibilidade de ter este como primeiro ou segundo temperamento.
5.14. Questão
14 – Você gosta de assumir responsabilidades?
Você
gosta de assumir responsabilidades?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
154
|
64,17
|
154
|
64,17
|
Não
|
86
|
35,83
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: Com
base no gráfico acima, notamos que 64% dos entrevistados gostam de assumir
responsabilidades, sendo essa uma característica marcante do temperamento
colérico. Numa visão geral, podemos dizes que estes tem potencial para pessoas
de temperamento colérico, pois os outros três temperamentos, principalmente
fleumático e melancólico, costumam fugir das responsabilidades.
5.15. Questão
15 – Você é bem humorado (a) e diplomata?
Você
é bem humorado e diplomata?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Sim
|
171
|
71,25
|
171
|
71,25
|
Não
|
69
|
28,75
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: No
gráfico acima notamos que 71% das pessoas responderam são bem humorados e
diplomatas e 29% disseram que não são. Dessa forma concluímos que a maioria dos
entrevistados possui, no mínimo, uma característica do temperamento fleumático.
5.16. Questão
16 – Quando você está em seu grupo de amigos, como você se comporta?
Quando
você está em seu grupo de amigos, como você se comporta?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
De
forma expressiva e exagerada, falando à vontade e prendendo a atenção das
pessoas.
|
31
|
12,92
|
31
|
12,92
|
É
extrovertido, fala à vontade, mas de forma mais deliberada. Gosta de debater
e argumentar, além de usar muito sarcasmo.
|
94
|
39,17
|
125
|
52,08
|
Pensa
muito antes de falar, não gosta de interromper as pessoas, mas quando começa
a discursar não para até completar sua ideia.
|
80
|
33,33
|
205
|
85,42
|
Quase
não fala e nunca entra em debates, mas responde as perguntas com bom humor.
|
35
|
14,58
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: Analisando o gráfico da questão 16 do nosso questionário,
notamos que 13% de 240 entrevistados assinalaram a alternativa que condizia com
a reação dos sanguíneos num grupo de amigos, esta dizia que são expressivos e
exagerados, que falam a vontade pretendendo chamar a atenção de todos; 39%
respondem que são extrovertidos, mas de forma deliberada, que gostam de
debater, argumentar e usam sarcasmo, sendo essa a reação dos coléricos; 33%
assinalaram a alternativa que descreve a atitude dos melancólicos: são
contínuos em sua ideia, não interrompem discursos alheios e que pensam muito
antes de falar e os 15% restantes assinalaram a alternativa que, em seu grupo
de amigos, quase não falam e nunca entram em debates, mas respondem as
perguntas com bom humor, característica dos fleumáticos.
5.17. Questão
17 – Quando você está em uma discussão costuma:
Quando
você está em uma discussão costuma:
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Ser
impulsivo
|
84
|
35,00
|
84
|
35,00
|
Ser
agressivo
|
32
|
13,33
|
116
|
48,33
|
Guarda
ressentimento
|
48
|
20,00
|
164
|
68,33
|
Ser
calmo e frio
|
76
|
31,67
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: Nesse
gráfico, 35% dos entrevistados assinalaram a alternativa correspondente à
atitude dos sanguíneos, que quando estão em uma discussão costumam ser
impulsivos; 13% responderam que são agressivos, característica dos coléricos;
20% assinalaram a alternativa correspondente a atitudes dos melancólicos,
guardam ressentimento e os 32% restantes assinalaram a que diz serem calmos e
frios, uma tendência dos fleumáticos. Assim, o maior percentual está na reação
dos sanguíneos e o menor percentual está na reação dos coléricos.
5.18. Questão
18 – Quando vai fazer uma atividade em grupo, você:
Quando
vai fazer atividade em grupo, você:
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Tem
dificuldade de se concentrar, é facilmente desencorajado e tem dificuldade em
resolver problemas.
|
31
|
12,92
|
31
|
12,92
|
É
pratico determinado, líder e dominador.
|
89
|
37,08
|
120
|
50,00
|
É
criativo, desconfiado, perfeccionista e indeciso.
|
93
|
38,75
|
213
|
88,75
|
É
lento e preguiçoso, indeciso, eficiente e teimoso.
|
27
|
11,25
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: No gráfico acima, 39% dos entrevistados assinalaram a
alternativa correspondente ao perfil dos melancólicos numa atividade em grupo,
que é criativo, desconfiado, perfeccionista e indeciso. E o menor percentual,
de 11% dos entrevistados, está relacionado ao perfil dos fleumáticos, que é
lento e preguiçoso, indeciso, eficiente e teimoso.
5.19. Questão
19 – Em uma competição, como você reage?
Em
uma competição, como você reage?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Desanima
facilmente e não é muito competitivo
|
24
|
10,00
|
24
|
10,00
|
Dotado
de vontade forte e ambicioso, ou seja: competitivo.
|
112
|
46,67
|
136
|
56,67
|
Antecipa
os problemas e dificuldades da competição e se sacrifica.
|
59
|
24,58
|
195
|
81,25
|
Não
se envolve muito, não tem espírito competitivo.
|
45
|
18,75
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: No
gráfico da questão 19, 47% dos 240 entrevistados assinalaram a alternativa
correspondente à reação dos coléricos numa competição afirmando que são dotados
de vontade forte e ambiciosos, ou seja, são competitivos. O menor percentual é
de 10%, correspondente à reação dos sanguíneos, estes desanimam facilmente e não
são muito competitivos.
5.20. Questão
20 – Como você se comporta no seu trabalho ou escola?
Como
você se comporta no seu trabalho ou escola?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Distrai-se
facilmente e é desorganizado
|
62
|
25,83
|
62
|
25,83
|
É
eficiente e faz as tarefas rapidamente
|
47
|
19,58
|
109
|
45,42
|
É
organizado e faz tudo no prazo certo
|
86
|
35,83
|
195
|
81,25
|
É
sistemático e trabalha melhor sob pressão
|
45
|
18,75
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação:
No gráfico acima, notamos que 36% de 240 pessoas responderam
que são organizados e fazem tudo no prazo certo, sendo este o comportamento do
melancólico no seu trabalho ou na escola. E como menor percentual, obtemos 19%.
19% responderam que são sistemáticos e trabalham melhor sob pressão e 19%
responderam que são eficientes e fazem as tarefas rapidamente.
5.21. Questão
21 – Em um trabalho em grupo, como você se comporta?
Em
um trabalho em grupo, como você se comporta?
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Discute
as ideias, buscando descobrir qual é a melhor
|
120
|
50,00
|
120
|
50,00
|
Impõe
suas ideias e não aceita as ideias dos outros integrantes
|
21
|
8,75
|
141
|
58,75
|
Escuta
todas as ideias e pensa muito antes de dar a sua opinião
|
75
|
31,25
|
216
|
90,00
|
Fica
aguardando as propostas serem discutidas e aceita a escolha do grupo, sem
propor ou participar das reuniões
|
24
|
10,00
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Explicação: No último gráfico, tivemos como maior percentual 50%, estes
assinalaram a opção correspondente ao comportamento dos sanguíneos, que num
trabalho em grupo discutem as ideias buscando descobrir qual é a melhor. E como
menor percentual temos 9%, que assinaram a alternativa que afirmam que impõem
suas ideias e não aceitam as ideias dos outros integrantes.
Ao
longo do trabalho evoluímos em relação a vários aspectos: aprendemos a
trabalhar em grupo, como se portar em situações difíceis e, além disso, pudemos
aprender mais sobre o tema proposto.
Depois de realizadas as pesquisas,
tiramos nossas próprias conclusões a respeito do temperamento dos
entrevistados. Como sabido, os temperamentos existentes são: colérico,
fleumático, melancólico e sanguíneo. De acordo com nossas pesquisas, 80
entrevistados possuem o temperamento colérico, 44 são fleumáticos, 80 possuem
características do temperamento melancólico e 36 se encaixam no perfil sanguíneo.
A partir disso, geramos a seguinte
tabela e o seguinte gráfico:
Temperamentos
|
fi
|
Fri
(%)
|
FAC
|
FAC
(%)
|
Colérico
|
80
|
33,33
|
80
|
33,33
|
Fleumático
|
36
|
15,00
|
116
|
48,33
|
Melancólico
|
80
|
33,33
|
196
|
81,67
|
Sanguíneo
|
44
|
18,33
|
240
|
100,00
|
TOTAL
|
240
|
100
|
Lembramos que não somos
especialistas no assunto. Todas as conclusões acima não são comprovadas e foram
feitas apenas com base na pesquisa realizada para este trabalho. Somos leigos
no assunto e, portanto, não afirmamos com certeza o temperamento dos entrevistados.
AGRADECIMENTOS
Queremos
agradecer primeiramente a Deus, por ter nos guardado e nos guiado durante todo
esse tempo. Somos gratos aos nossos pais e familiares em geral, que nos deram o
apoio e estrutura, nos ajudando em tudo quanto foi necessário para a realização
do trabalho.
Além disso, nossa gratidão se
destina aos professores Rodrigo Carvalho e Silmara Sanches, os quais nos
ensinaram com paciência todos os passos, avaliaram e observaram de perto cada
etapa, dando os essenciais e totalmente pertinentes conselhos de que tanto
precisávamos.
Agradecemos a abertura que recebemos
por parte dos responsáveis dos locais nos quais passamos para realizar nossa
pesquisa, e também às pessoas que responderam os questionários, fazendo assim,
parte desse projeto.
Finalmente, aqui queremos expressar
nossa enorme gratidão à coordenadoria do Colégio Técnico Industrial, que nos
deu toda estrutura necessária e essa incrível oportunidade de crescermos
intelectualmente.
REFERÊNCIAS
1. Bibliografia
LAHAYE, T. Por que agimos como agimos?. Abba
Press Editora e Divulgadora Cultural Ltda. p:369.
2. Infografia
http://www.efdeportes.com/efd125/perfil-psicologico-de-estudantes-praticantes-de-atividade-fisica.html;
http://noticias.universia.com.br/ciencia-tecnologia/noticia/2010/11/25/758661/pucrs-pesquisa-desvenda-temperamento-dos-brasileiros.html;
ANEXOS
1. Textos consultados
Os
textos a seguir foram copiados na íntegra. Não nos responsabilizamos por
qualquer erro gramatical neles apresentados.
1.1.
Perfil psicológico de estudantes na faixa
etária de 15 – 17 anos praticantes de atividade física em uma escola da rede
pública de Santa Maria
Resumo
O objetivo deste estudo foi verificar
o perfil psicológico de estudantes na faixa etária de 15 – 17 anos, praticantes
de atividade física e qual a atividade física praticada no contexto escolar.
Fizeram parte da amostra 153 alunos do Ensino Médio, de ambos os sexos, sendo
79 do sexo feminino e 74 do sexo masculino de uma escola da rede pública da
cidade de Santa Maria. Como instrumento de coleta, utilizou-se o Questionário
de Eysenck, o qual permite revelar os seguintes traços da personalidade dos
sujeitos: Instabilidade-Estabilidade Emocional (I-EE) e Extroversão- Introversão
(EX-IN). Os resultados indicaram que os sujeitos do sexo feminino possuem
valores médios mais elevados nos traços (I-EE) e (EX-IN) de seu sistema
nervoso, quando comparados aos sujeitos do sexo masculino. Dos 153 adolescentes
participantes da amostra, 54% apresentaram tendência ao temperamento colérico,
24% apresentaram tendência ao temperamento sangüíneo, 16% apresentaram
tendência ao temperamento melancólico e 6% adolescentes apresentam tendência ao
temperamento fleumático. A partir desses resultados, pode-se inferir que os
adolescentes do sexo masculino e do sexo feminino, participantes do estudo,
caracterizam-se, na sua maioria, por apresentarem comportamentos extrovertidos
e serem instáveis em suas reações e emoções, caracterizando pessoas com o
temperamento colérico e sangüíneo, o que confirma a literatura da área, a qual
refere que pessoas com tendência a temperamento colérico e sangüíneo dão
preferência à prática de esportes coletivos, como handebol, basquete, voleibol,
futsal, entre outros.
Unitermos: Traços de personalidade.
Temperamento. Educação Física
escolar.
Abstract
The
objective of this study was to verify the psychological profile of students in
the age band of 15 - 17 years, practitioners of physical activity in the
schools and which the relation of this profile with the physical activity. 153
pupils of Average Education both had been part of the sample sorts, being 79 of
feminine sex and 74 of the masculine sex of schools of the public network of
the city of Saint Maria. As collection instrument, the Questionnaire of Eysenck
was used, which allows to disclose the following strokes of the personality of
the citizens: Emotional Instability - Stability (I-EE) and Extroversion -
Introversion (EX-IN). The results had indicated that the citizens of the
feminine sex possess higher average values in strokes (I-EE) e (EX-IN) of its
nervous system, when compared to the citizens of the masculine sex. Of the 153
participant adolescents of the sample, 54% had presented trend to the
fiery-tempered temperament, 24% had presented trend to the sanguine
temperament, 16% had presented trend to the melancholic temperament and 6%
adolescents present trend to the phlegmatic temperament. To leave of these
results, he can yourself be inferred that the adolescents of the masculine sex
and the feminine sex, participant of the study, characterize themselves, in its
majority, for presenting extrovert behaviors and being unstable in its
reactions and emotions, characterizing people with the fiery-tempered and
sanguine temperament, what he confirms the literature of the area, which
relates that people with trend the fiery-tempered and sanguine temperament give
preference to the practical one of collective sports, as handball, basketball,
volleyball, soccer, among others.
Keywords: Traces of personality. Temperament. Fitness
school.
Introdução
A personalidade é um fenômeno complexo, e
existem várias definições para ela. Segundo Allport (1966), personalidade é uma
organização dinâmica do indivíduo, dos seus sistemas psicofísicos que
determinam seu comportamento e seu pensamento característicos, são as relações
do conjunto corpo-mente, que interagem mutuamente e que motivam e influencia
seus pensamentos e atos, o que é determinante no processo de adaptação de cada
pessoa. Assim, conforme o autor a personalidade é a soma total do efeito
provocado por um indivíduo na sociedade, representa hábitos ou ações que
conseguem influir em outras pessoas, representa respostas apresentadas pelos outros
ao indivíduo, considerando como estímulo. A personalidade é o que os outros
pensam de você.
Nuttin (1969) diz que a personalidade é uma
construção científica que tenta definir, a partir de comportamentos observados,
a maneira de ser e funcionar do organismo psicofísiológico que é a pessoa
humana. Já para Davidoff (2001), personalidade é algo que as pessoas possuem,
descrevem, por meio de palavras, como sendo, amistosa, delicada, determinada,
agressiva entre outras, é a maneira que a pessoa habitualmente aparenta ao
comportar-se diante das outras. Isso quer dizer que a personalidade consiste
nas características e maneiras distintas de como um indivíduo se comporta.
Existem várias abordagens para o estudo de
personalidade, mas, no presente estudo, será utilizada a teoria dos traços de
personalidade com enfoque no temperamento. Embora as pessoas possam ter traços
em comum, a personalidade é singular, própria de cada ser (FERNANDES, 1992).
Segundo Paim (2007), temperamento é a base
biológica da personalidade, é o que se herda dos pais. Temperamento é a maneira
espontânea de ser, de pensar e sentir, de agir e reagir de cada um desde a
concepção. Ele revela o que se é por natureza, o caráter e a personalidade, o
que se consegue pela interação com o meio.
O temperamento aparece mais como um retrato
fisiológico do Ser humano; o caráter, como a sua fisionomia moral; a
personalidade, como esplendor que se radica e se afirma nas raízes do
temperamento. O temperamento contém, igualmente, as predisposições naturais da
atividade e passividade física e mental. Existem os tipos ativos por natureza,
aqueles que não conseguem ficar parados, querem movimento, trabalho, irradiam
um dinamismo espantoso se comparados com os de temperamentos passivos (NOVAIS
1977).
O temperamento refere-se aos fenômenos
característicos da natureza emocional de um indivíduo, na qual se incluem sua
suscetibilidade à estimulação, a intensidade e rapidez usuais de resposta, a
qualidade de sua disposição predominante e todas as peculiaridades de flutuação
e intensidade de disposição. Tais fenômenos são vistos como dependentes da
organização constitucional, e, portanto, como, em grande parte, originários da
hereditariedade (ALLPORT, 1966).
Mesmo com toda essa influência genética na
estrutura do temperamento, Novais (1977), diz que o temperamento pode ser
controlado, visto que, um homem e ou uma mulher de traços impulsivos podem
dominar-se e até conseguir uma aparência de uma pessoa calma. De acordo com o
autor quem conhece bem seu temperamento, conhece a si mesmo, como também
conhece as outras pessoas, sua maneira de ser, de sentir, de pensar, de falar,
de agir e de reagir. Só o conhecimento dos outros pode ajudar um indivíduo a
compreendê-los melhor.
Os principais tipos de temperamento são o
colérico, o sangüíneo, o fleumático e o melancólico (Samulski, 2002; Kalinine,
1992). Eles são assim definidos:
Colérico:
impaciente, possui iniciativa, teimoso, tem movimentos rápidos e facilmente se
irrita;
Sangüíneo:
alegre, sociável, persistente, energético e autoconfiante;
Fleumático:
passivo, calmo, e de sangue frio, cuidadoso e controlado;
Melancólico:
triste e mal humorado, pessimista, reservado e insociável.
Conforme Kalinine & Giacomini (1998),
existe um quinto tipo de temperamento, o intermediário, que é a mistura dos
outros quatro tipos de temperamentos. Esses autores supõem que a maioria das
pessoas tenha esse tipo de temperamento. Nos intermediários, os processos de
excitação e inibição, que ocorrem no sistema nervoso, são médios, e a
sensibilidade tem nível médio. Através da educação, da cultura, podem ser
moldados temperamentos intermediários. Por exemplo: dependendo da educação
recebida, uma criança com esse temperamento pode ser: intermediário com
tendências a sangüíneo; intermediário com tendências a colérico; intermediário
com tendência a fleumático, ou intermediário com tendência a melancólico.
O desenvolvimento da personalidade se deve
ao desenvolvimento integral de um indivíduo (desenvolvimento motor, cognitivo,
motivacional, social e emocional) da infância até a idade adulta. De acordo com
Samulski (2002), o desenvolvimento da personalidade pode ser influenciado num
grau elevado através de processos de aprendizagem, de socialização, pelo
esporte entre outros.
A atividade física ou esportiva é muito
importante para o desenvolvimento da personalidade. Por intermédio do esporte,
pode se promover positivamente a disposição para o comportamento social, a
estabilidade emocional, a motivação para o rendimento, a autodisciplina e a
força de vontade. Para o rendimento esportivo, tornam-se necessárias igualmente
características de personalidade como capacidade de liderança, dominância,
extroversão e comunicação social (SAMULSKI, 2002).
Segundo Samuslki (2002), as relações entre
esporte e personalidade são representadas, na Psicologia do esporte, por três
diferentes hipóteses:
Hipótese
da seleção: o esporte é considerado como fator de seleção. Geralmente as
pessoas orientadas para o rendimento se dedicam ao esporte competitivo, as
pessoas agressivas se interessam pelo boxe, e as pessoas introvertidas têm
preferência pelos esportes individuais.
Hipótese
de socialização: o esporte é importante fator de socialização. A atividade
esportiva influencia a personalidade e o desenvolvimento da personalidade de
uma forma específica, alterando, por exemplo, a motivação para o rendimento, o
comportamento agressivo, a liderança e a comunicação social e
Hipótese
de interação: os processos de seleção e de socialização influenciam-se de forma
recíproca. O boxeador que, por sua natureza, já é agressivo se torna mais
dominante ainda, o atleta de alto nível se torna mais dominante e o atleta de
esporte coletivo se torna mais extrovertido.
Samulski (2002), tendo como base os estudos
de Eysenck, comenta que os esportistas tendem a um temperamento extrovertido,
apresentam baixos índices de neurose, ansiedade e depressão quando comparados
aos não-desportistas e que os esportistas de modalidades individuais tendem
mais à introversão, são menos motivados para contatos sociais, têm um nível de
agressividade menor e parecem mais criativos do que atletas de modalidades
coletivas, os quais tendem mais à extroversão e são mais motivados para
estabelecer contatos sociais.
Tendo como suporte teórico o estudo da
personalidade, o presente estudo investigou os traços de personalidade:
Introversão – Extroversão e Instabilidade – Estabilidade emocional, ou seja,
alguns componentes do temperamento. Para investigar esses traços, optou-se pelo
questionário de Eysenck (Paim 2002), por ser um questionário que permite
realizar a aproximação entre o temperamento e a atividade física. Por
intermédio dos resultados da presente pesquisa, será possível auxiliar os
professores de Educação Física, Técnicos e Psicólogos Esportivos a entenderem o
temperamento e os traços de personalidade dos alunos e qual a relação desses
com a atividade física, tendo a finalidade de promover um entendimento e um
crescimento individual e pessoal dos alunos. Face ao exposto, elegeu-se, como
objetivo de estudo: Verificar o perfil psicológico de estudantes na faixa
etária de 15 – 17 anos, praticantes de atividade física nas escolas da Rede
Pública de Santa Maria e qual a atividade física praticada no contexto escolar
Metodologia
Fizeram parte da amostra 153 alunos do
Ensino Médio na faixa etária de 15 – 17 anos, de ambos os sexos, sendo 79 do
sexo feminino e 74 do sexo masculino. Como instrumento metodológico foi
utilizado o “Questionário de Eysenck”, com a finalidade de diagnosticar os
seguintes traços de personalidade, Instabilidade Emocional / Estabilidade
Emocional (IE – EE) e Extroversão e Introversão (EX – IN). O “Questionário de
Eysenck se destacou entre outras metodologias pelo seu grau de fidedignidade
p<0,05. Este instrumento permite ao pesquisador conhecer os seres humanos
com temperamento sangüíneo, colérico, fleumático, melancólico. O questionário é
composto por 57 perguntas, sobre vários temas relacionados ao cotidiano de cada
pessoa, tendo sempre como resposta para as indagações as expressões “Sim” ou
“Não”. Os dados foram submetidos à análise através do sistema SAS. Os
resultados foram analisados com métodos da estatística paramétrica (média e
desvio Padrão).
Resultados e discussões
Traços de Personalidade Etroversão –
Introversão (EX – IN) e Instabilidade Emocional – Estabilidade Emocional (IE –
EE) dos estudantes do sexo masculino e feminino.
Tabela 1. Média, desvio padrão,
diferença entre as médias e resultados do teste z de Student Traços de
Personalidade Extroversão – Introversão (EX - IN) e Instabilidade –
Estabilidade Emocional (IE – EE) dos estudantes do sexo masculino e feminino,
praticantes de atividade física.
Onde:
M:
Sujeitos do sexo masculino, n= 74
F:
Sujeitos do sexo feminino, n= 79
z:
Teste Normal
Os
dados da tabela 1 mostram os Traços de Personalidade dos Estudantes do sexo
masculino e feminino praticantes de atividade física, onde foi encontrado para
Extroversão – Introversão para o masculino, valores médios de 13,85 com desvio
padrão de 2,91 e para Estabilidade e Instabilidade Emocional valores médios de
Média de 12,15 e desvio padrão de 3,99; Para os estudantes do sexo feminino foi
encontrado para Extroversão – Introversão, valores médios de 14,85 com desvio
padrão de 2,32 e para Estabilidade e Instabilidade Emocional valores médios de
Média de 14,3 e desvio padrão de 3,51.
Quando analisamos as diferenças entre as
médias do grupo masculino e feminino dos traços de Personalidade Extroversão –
Introversão encontrou-se índice de z= -2, 34, p<0,05, indicando que há
diferença entre as médias. Para Estabilidade Emocional – Instabilidade
Emocional encontrou-se índice de z= -3, 48, p<0,05, indicando que há
diferença entre as médias. Pode-se observar que, os sujeitos do sexo feminino
possuem valores médios mais elevados no traço Extroversão-Introversão de seu
sistema nervoso, do que os sujeitos do sexo masculino. Através da análise dos
resultados obtidos pelo Eysenck Personality Inventory são considerados para
introversão índices menores e para a extroversão índices maiores. Pode-se
observar que, os sujeitos do sexo feminino possuem valor médio mais elevado no
traço Instabilidade Emocional – Estabilidade Emocional de seu sistema nervoso,
do que os sujeitos do sexo masculino. Através da análise dos resultados obtidos
pelo Eysenck Personality Inventory são considerados para Estabilidade
Emocionais índices menores e para a Instabilidade Emocionais índices maiores.
Através dessa comparação pode-se dizer que os índices obtidos no presente
estudo, para ambos os sexos, encontram-se em níveis acima da média,
apresentando uma tendência a Extroversão e a Instabilidade Emocional.
Temperamento
dos estudantes do sexo feminino e masculino praticantes de esporte coletivo
Tabela 2. Média, desvio padrão e
Temperamento dos estudantes do sexo masculino e feminino praticantes de
atividade física.
Os dados da Tabela 3 mostram a tendência ao
tipo de temperamento dos 74 adolescentes do sexo masculino e das 79
adolescentes do sexo feminino praticantes de atividade física.
Para
o temperamento sangüíneo, foram encontrados no masculino para Extroversão e
Introversão valores médios de 15,52 com desvio padrão de 1,8 para Estabilidade
e Instabilidade Emocional valores médios de 8,0 com desvio padrão de 2,31; No
feminino para Extroversão e Introversão foram encontrados valores médios de
15,15 com desvio padrão de 1,95 para Estabilidade e Instabilidade Emocional
valores médios de 9,4 com desvio padrão de 1,61. Estes índices segundo Kalinine
(1999) caracterizam pessoas com sistema nervoso alto, móvel e equilibrado, ou
seja, pessoas estáveis em suas emoções e autoconfiantes em suas decisões. Estes
praticantes de atividades físicas dão preferência para modalidades com
movimentos rápidos e intensos que é característica dos jogos esportivos (PAIM,
2002).
Para o temperamento colérico foram
encontrados no masculino para Extroversão e Introversão valores médios de 15,31
com desvio padrão de 1,63 para Estabilidade e Instabilidade Emocional valores
médios de 14,96 com desvio padrão de 2,31; No feminino para Extroversão e
Introversão foram encontrados valores médios de 15,77 com desvio padrão de 0,32
para Estabilidade e Instabilidade Emocional valores médios de 15,43 com desvio
padrão de 2,76. Esses índices segundo Kalinine (1999) caracterizam pessoas com
sistema nervoso alto, móvel e desequilibrado, onde os índices dos processos de
excitação prevalecem sobre os processos de inibição, ou seja, pessoas que
gostam de constantes desafios buscando sempre ultrapassar seus limites e
mostram-se bastante impulsivas. Estes praticantes de atividade física gostam de
modalidade com movimentos rápidos e intensos, onde o meio está em constantes
mudanças. Pessoas com temperamento colérico caracterizam na maioria das vezes
como sendo impacientes inclinadas ao perigo, são capazes de agir rapidamente,
sofrem mudanças de humor frequentemente, gostam de esportes e atividades que
lhes desafiem seus limites (KALININE & GIACOMINI, 1998; PAIM, 2002).
Para o temperamento fleumático, foram
encontrados no masculino para Extroversão e Introversão valores médios de 9,62
com desvio padrão de 1,41 para Estabilidade e Instabilidade Emocional valores
médios de 9,0 com desvio padrão de 2,0; No feminino para Extroversão e
Introversão foram encontrados valores médios de 10,0 com desvio padrão de 1,41
para Estabilidade e Instabilidade Emocional valores médios de 11,0 com desvio
padrão de 0. Esses índices segundo Kalinine (1999) caracterizam pessoas com
sistema nervoso alto, inerte e equilibrado, onde os índices dos processos de
excitação se equivalem aos índices dos processos de inibição, ou seja, pessoas
estáveis em suas emoções, autoconfiantes em suas decisões, apresentam um alto
nível de capacidade de trabalho. O praticante de atividade física com
temperamento fleumático da preferência para modalidades esportivas com
movimentos calmos e uniformes, onde ele possa ter mais tempo para pensar e
reagir adequadamente ao estimulo, pois é um excelente estrategista (KALININE
& GIACOMINI, 1998; PAIM 2002).
Para o temperamento melancólico, foram
encontrados no masculino para Extroversão e Introversão valores médios de 10,5
com desvio padrão de 1,55 para Estabilidade e Instabilidade Emocional valores
médios de 14,93 com desvio padrão de 2,02; No feminino para Extroversão e
Introversão foram encontrados valores médios de 11,3 com desvio padrão de 1,19
para Estabilidade e Instabilidade Emocional valores médios de 15,27 com desvio
padrão de 3,44. Esses índices segundo Kalinine (1999) caracterizam pessoas com
sistema nervoso baixo, onde os índices dos processos de inibição prevalecem
sobre os índices de excitação. O praticante de atividade física melancólico tem
grande potencial, esportivo, mas ele mesmo não acreditando nesse potencial,
precisando de constantemente palavras de incentivo e autoconfiança. Apresenta
alto nível de ansiedade, o que acaba perturbando suas decisões e diminuindo seu
desempenho, principalmente em situações onde a instabilidade do meio é grande,
como é o caso dos esportes coletivos (PAIM, 2002).
Perfil
Psicológico de estudantes do sexo feminino e masculino praticantes de esporte
coletivo
Tabela 3. Média e Desvio Padrão dos
sujeitos da amostra nos traços de personalidade Extroversão – Introversão (EX –
IN) e Instabilidade – Estabilidade Emocional (IE – EE) e seu possível
Temperamento.
Os dados da Tabela 3 mostram que, dos 153
adolescentes, 54% adolescentes apresentam tendência ao temperamento colérico,
24% possuem tendência ao temperamento sangüíneo, 16% apresentam tendência ao
temperamento melancólico e 6% adolescentes possuem tendência ao temperamento
fleumático. A média e o desvio padrão encontrados foram, para Extroversão –
Introversão, de 14,39 e 4,29, e, para Instabilidade - Estabilidade Emocional,
de 13,26 e 3,89, respectivamente. Esses dados indicam que os alunos sujeitos da
pesquisa apresentam tendência a comportamentos extrovertidos e instabilidade em
suas emoções.
A partir da análise dos dados das tabelas
1, 2 e 3, tem-se respaldo para traçarmos o perfil psicológico dos sujeitos da
amostra. Assim pode-se inferir que: Os adolescentes do sexo masculino e do sexo
feminino, participantes do estudo, se caracterizam na sua maioria, por
apresentarem comportamentos extrovertidos, serem instáveis nas suas reações e
emoções, gostarem de desafios e estarem sempre prontos para o novo, facilmente
mantém contato com as pessoas, gostam de estar entre amigos, gostam de praticar
atividades físicas que proporcionem contato físico e decisões rápidas; gostam
de estímulos e elogios o quem caracteriza pessoas com o temperamento colérico e
sanguíneo.
Quando se investigou o tipo de atividade
física praticada na escola, foi revelado que os sujeitos participantes da
amostra são praticantes de handebol, basquete, voleibol e futsal. Os resultados
da pesquisa corroboram com os estudos de Bakker; Whiting & Grug (1993),
onde diz que pessoas com tendência a extroversão se caracterizam como: ativos,
otimistas, impulsivos e capazes de estabelecer facilmente os contatos sociais e
gostam de esportes coletivos. Já as pessoas com tendência introversão estão
caracterizadas como reservados, ansiosos, precavidos e com dificuldades para os
estabelecimentos de contatos sociais, indo ao encontro com os resultados acima
descritos.
De acordo com estudos de Eysenck citado por
Bakker; Whiting & Grug, (1993); Paim (2002; 2003); Samulski (2002); a
pessoa Extrovertida necessita de mais estímulos, vai à busca de situações
excitantes, apresenta intolerância ao tédio, capacidade maior para suportar a
dor, rapidez para reações, possuem menos freios em si mesmo, maior inclinação a
transgredir regras do jogo e menos ansiedade, nas pessoas introvertidas, esses
traços se manifestam de maneira contraria.
Conclusão
Este estudo teve como objetivo verificar o
perfil psicológico de estudantes na faixa etária de 15 – 17 anos, praticantes
de atividade física nas escolas da Rede Pública de Santa Maria e qual a
atividade física praticada no contexto escolar
Quando se investigou os traços de
personalidade, observou-se que os sujeitos do sexo feminino possuem valores
médios mais elevados no traço Extroversão-Introversão e Instabilidade Emocional
– Estabilidade Emocional de seu sistema nervoso, quando comparados aos sujeitos
do sexo masculino.
Quando foi investigado o temperamento,
notou-se que, dos 153 adolescentes, 54% adolescentes apresentam tendência ao
temperamento colérico, 24% possuem tendência ao temperamento sangüíneo, 16%
apresentam tendência ao temperamento melancólico e 6% adolescentes possuem
tendência ao temperamento fleumático.
A partir desses resultados, pode-se inferir
que os adolescentes do sexo masculino e do sexo feminino, participantes do
estudo, caracterizam-se, na sua maioria, por apresentarem comportamentos
extrovertidos e serem instáveis em suas reações e emoções, tendo perfil de pessoas
com o temperamento colérico e sangüíneo, o que confirma a literatura da área, a
qual refere que pessoas com tendência a temperamento colérico e sangüíneo dão
preferência à prática de esportes coletivos, como handebol, basquete, voleibol,
futsal, entre outros.
Sugere-se que outros estudos sejam
realizados, em outras escolas e com alunos de outras faixas etárias, pois, com
base nos resultados desses, os professores de Educação Física podem ter a
oportunidade de conhecer psicologicamente seus alunos e, a partir desse
conhecimento, organizar suas aulas de acordo com as necessidades e preferências
dos discentes, conseguindo, assim, maior envolvimento e motivação dos alunos.
1.2.
Retrato da sala de aula
Pesquisa
define personalidades de alunos e sugere que professor adapte sua metodologia,
mas classificação pode engessar a visão docente
A tentativa de classificar o
comportamento e temperamento humano vem de antes do surgimento de muitas das
grandes filosofias e religiões do mundo. Hipócrates, pai da medicina ocidental
- e cujas palavras ainda servem de juramento para graduandos de medicina hoje -
marcou na Grécia Antiga a primeira categorização de personalidades. Segundo
ele, existem quatro tipos de temperamento humano, de acordo com o fluido
corporal que a pessoa mais possui: sanguíneo (sangue), fleumático (linfa ou
fleuma), colérico (bílis) e melancólico (bílis negra).
Desde os tempos de Hipócrates,
psicólogos, psiquiatras e outros
especialistas vêm tentando aperfeiçoar e definir os exatos tipos de
personalidade humana. No fim de julho deste ano, a mais recente tentativa foi
lançada no Brasil, quando Diogo Lara, psiquiatra e professor de Medicina e
Biociências da PUC-RS, com sua equipe, concluíram a pesquisa Temperamento e
chegaram a 12 tipos de personalidade, resumidos a quatro grupos principais:
pessoas estáveis, instáveis, externalizadas e internalizadas. A novidade é que
Lara aplicou esses perfis à educação, chegando a conclusões sobre como uma aula
deve ser ministrada a partir das características de cada grupo de alunos.
"Quisemos saber como o modelo se relacionava com diversas realidades e
contextos, desde o videogame até o desempenho acadêmico", conta Lara.
Segundo ele, a maior parte das
pessoas consegue reconhecer os perfis aos quais a pesquisa chegou sem precisar
de uma cartilha e, em geral, 40% dos alunos de uma sala são do tipo
"estável" e os outros 60% se dividem igualmente entre os outros três
perfis. Existe, na escola, a "turma do fundão", em geral composta
pelos alunos "externalizados" e alguns "instáveis", que
começam a fumar e namorar precocemente, desafiam o professor, tendem a assumir
menos responsabilidades, são ótimos na aula de educação física, mas não se dão
bem com o ambiente da sala de aula. Já os "internalizados", ou
"inibidos", se sentam nas laterais da classe, de maneira a evitar perguntas e olhares
diretos. Por sua vez, os "estáveis" são mais previsíveis: prestam
atenção, gostam e se conectam bem ao processo de ensino.
A conclusão da pesquisa Temperamento
é que existem dois tipos básicos de aula: um mais expositivo, que privilegia
informação, e outro mais dinâmico e prático, que foca habilidades. O tipo
"estável" de aluno se adapta bem aos dois modos, enquanto os
"inibidos" preferem a aula passiva, por temerem que o esquema mais
participativo exponha suas vulnerabilidades. Os "instáveis" e
"externalizados" precisam de atividades em que possam aplicar seu
alto nível de energia, por isso preferem propostas mais práticas - em aulas
expositivas não conseguem prestar atenção, cansam-se facilmente e se entendiam,
o que mina sua autoestima e desempenho. "Se o professor entender que na
sala de aula há pessoas desses vários tipos, pode equilibrar conscientemente
atividades mais passivas com as mais participativas", analisa Lara.
Ressalvas
Apesar de Lara garantir que a
pesquisa é conclusiva, e que não há outros perfis além dos encontrados pela
Temperamento, Melania Moroz, do Programa dos Estudos de Pós-Graduados em
Educação, da Psicologia da Educação da PUC-SP, pondera que outros profissionais
podem chegar a perfis diferentes, por isso é preciso ter cuidado na hora de
classificar alunos. "Não acredito que há perfis específicos, a ponto de
definirem o que deve ser ensinado e as estratégias de ensino a serem
utilizadas", observa.
A professora de história Maria
Odette Brancatelli, do Colégio Bandeirantes, tem opinião parecida. Docente há
27 anos, ela diz que concorda com os perfis encontrados pela pesquisa, mas que
muitos alunos possuem características de mais de um dos grupos de perfil.
"As novas gerações são bem mais dinâmicas, têm mudado com uma rapidez
incrível. Um novo estudo, daqui a um ou dois anos, pode apontar novos tipos de
alunos", observa. Ela também acredita que o lugar que o jovem escolhe para
sentar nem sempre define o seu perfil - há inibidos na "turma do
fundão" e há externalizados e instáveis na frente da sala.
Estratégias
A partir dos resultados da pesquisa,
Diogo Lara defende que o segredo para uma boa aula é dividir o tempo em metade
de exposição, metade de atividades práticas. Da mesma maneira, cada professor
encontraria o seu jeito de envolver alunos com personalidades diferentes. Vera
Lucia Antunes é coordenadora pedagógica, professora de geografia do colégio
Objetivo e ex-docente da rede estadual de São Paulo. Com 42 anos de sala de
aula, ela afirma que sua estratégia é, em princípio, conhecer os alunos pelo
nome e lugar onde sentam, e decifrar como eles se comportam na classe. Depois,
encontra maneiras diferentes de chamar a atenção de cada um. Quem está
conversando ou dormindo, por exemplo, é chamado para debater algum assunto
atual que se relacione com a matéria. "Procuro me aproximar, fazer com que
o aluno preste atenção. Quando ele perde o que está sendo discutido, perde o
interesse, e isso leva à desmotivação e à distração na aula", afirma.
Segundo ela, não há um só método em uma classe. Para os que dormiram, ela fala
mais alto. Para os tímidos, ela fala mais direcionada, sem chamar a atenção.
O tipo mais difícil de motivar e
envolver na aula é o "desligado" que, nas categorias de Lara, se
encaixaria nos instáveis. Essa é a mesma opinião de Maria Odette, do
Bandeirantes, que acha muito difícil trabalhar com os "indiferentes",
desinteressados pelo conteúdo independentemente da estratégia. Nos tipos da
pesquisa, eles também se encaixariam nos instáveis. "Conquistá-los leva
tempo", diz.
A professora Vera, no entanto,
atenta para o fato de que os perfis engessados podem impedir que o docente
conheça de fato o estudante. Ela cita o exemplo de um aluno, hoje médico, que
chegou a agredir fisicamente a diretora da escola e cujo desempenho nas
avaliações escritas era baixo. Pelo contato em sala de aula, Vera sabia que ele
conhecia o conteúdo. Uma prova oral mostrou que, na verdade, o garoto era
disléxico - sua agressividade era resultado de frustração. "Esse tipo de
aluno o professor muitas vezes acha que é vagabundo", alerta.
Outra questão que contradiz a
recomendação do professor de adaptar sua aula aos alunos diz respeito à
necessidade de que os jovens desenvolvam novas habilidades e se adaptem a uma
atividade à qual não estão habituados. Assim, um aluno que prefere uma aula
expositiva a um trabalho em grupo deve, em algum momento, aprender a trabalhar
com os colegas para ampliar suas habilidades. "Algumas vezes, o professor
sabe que determinada estratégia é a mais adequada para um tema - nesse caso,
são os alunos que precisam se adaptar. A necessidade de adaptação é
recíproca", afirma Maria Odette.
É o que defende Márcio Moreira,
coordenador e professor do curso de psicologia do Instituto de Educação
Superior de Brasília (Iesb). Para ele, independentemente da existência de
perfis de alunos e da necessidade de planejar atividades voltadas para o que os
jovens trabalham melhor, o professor não pode se tornar escravo disso. "É
preciso ter cuidado ao dizer que o professor precisa se adaptar, porque ele
pode ficar em uma situação de receio, achando que tem de se adaptar para que o
aluno aprenda", observa. "Não posso simplesmente classificar as
pessoas em tipos e dizer que elas são assim e não vão mudar."
Outra crítica, levantada pela
professora Melania Moroz, da PUC-SP, é que identificar perfis psicológicos não
é o mais essencial para o sucesso de uma aula. O importante de conhecer os
alunos, segundo ela, é entender o quanto eles sabem sobre o que será ensinado,
para que o próprio docente possa se planejar e ter claro que proficiência o
estudante deve ter no fim do processo. "Se um aluno não domina as
operações matemáticas, qual é a probabilidade de que aprenda frações? Mínima! Ele
provavelmente conversará com o colega, ouvirá música, ficará de cabeça deitada
sobre a carteira, ou pensará em qualquer outra coisa não relacionada a
frações", diz.
Os 12 perfis
Conheça os tipos de personalidades
definidos pela pesquisa "Temperamento"
Internalizados
*
Depressivo
*
Apático
*
Ansioso
(apreensivo)
Estáveis
*
Eutímico
(tranquilo)
*
Hipertímico
(energético)
*
Obsessivo
Instáveis
*
Ciclotímico
(ciclos
de humor)
*
Disfórico
(humor
agitado)
*
Volátil
(instável,
mas aéreo)
Externalizados
*
Desinibido
*
Irritável
*
Eufórico
Metodologia
A pesquisa Temperamento demorou seis
anos para ser concluída. Está baseada na experiência clínica de Lara e seus
colegas e, principalmente, nos resultados do site www.temperamento.com.br,
dotado de um questionário virtual e anônimo que permite uma análise posterior
do perfil de cada um. Mais de 50 mil pessoas já responderam às questões.
O método consiste em relacionar duas
abordagens, o temperamento emocional e o afetivo. "No emocional levamos em
conta o quanto a pessoa tem de vontade, de raiva, de medo, de sensibilidade a
estresse, de capacidade de enfrentar e resolver problemas. São características
fundamentais da nossa função mental", detalha. "O temperamento
afetivo é a combinação desses fatores com configurações específicas que nos
levaram a 12 padrões afetivos mais comuns."
Para aplicar a teoria à educação, a
pesquisa verificou quais características afetivas e emocionais estavam
relacionadas a um bom ou mau desempenho acadêmico, analisado por número de anos
de escolaridade e número de repetências. "Por exemplo, quem não acabou o
ensino médio tem hoje, como adulto de 24 anos ou mais, características de menos
vontade, controle e capacidade de resolver problemas", diz Lara. Os
pesquisadores também levaram em conta a vivência que tiveram como alunos, a
experiência de Lara como professor universitário durante dez anos e outros
trabalhos de pedagogia com modelos parecidos de temperamento.
1.3.
PUCRS: Pesquisa desvenda temperamento dos
brasileiros
Emoções básicas, como medo, raiva,
vontade, controle e sensibilidade, em diferentes doses e combinadas, resultam
nos diversos comportamentos. O jeito de ser pode levar a pessoa ao sofrimento,
à apatia, aos vícios, à exposição aos riscos ou a uma vida saudável e ao sucesso.
O Grupo de Pesquisa Bases Neurobiológicas e Tratamento de Transtornos
Neuropsiquiátricos, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e
Molecular da PUCRS, liderado pelo psiquiatra e professor Diogo Lara, realiza
uma pesquisa pela internet que traça um mapa dos temperamentos. Até agora foram
analisadas as respostas de 37 mil pessoas (70% de mulheres) e espera-se que
outras 200 mil participem por meio do site www.temperamento.com.br.
A partir das respostas aos
questionários, pode-se concluir que 18% dos brasileiros são obsessivos. O
comportamento tido como mais estável, previsível e com bom humor (eutímico)
apareceu como dominante em 16%. Os hipertímicos (mais arrojados e com menos
medo) somam 15%, a maioria homens (18%, ante 12% de mulheres). Os mais
instáveis estão presentes em 30% (ciclotímicos, disfóricos e voláteis). Os
depressivos, ansiosos e apáticos são menos de 15%.
Para Diogo Lara, na Psiquiatria em
geral se vê a saúde mental como ausência de doença, enquanto ele acredita na
possibilidade de aprimorar o temperamento inclusive para prevenir futuros
transtornos psiquiátricos. A escala permite, sob uma ótica global, identificar
perfis de pessoas muito diferentes ao mesmo tempo. "Procuramos fazer uma
escala mais completa, que abrange as emoções de forma detalhada e simples,
acessível à população em geral e a psiquiatras, ajudando a orientar
tratamentos". Os objetivos da pesquisa são consolidar e validar a escala
de temperamento, feita pelo grupo da PUCRS a partir de outros modelos, e abrir
a possibilidade de seu uso nos consultórios.
O foco do projeto é o funcionamento
da mente. Pretende-se saber de que forma o temperamento de um indivíduo, com
base em seu comportamento cotidiano, influencia nos seus transtornos existentes
ou potenciais. "Se a gente consegue interferir no jeito que a pessoa é, em
busca de mais equilíbrio, os transtornos vão embora", diz o psiquiatra. O
segredo do bem-estar está na boa combinação entre o medo (o freio), a vontade
(o acelerador) e o controle (a direção). "Os profissionais devem estar
atentos para diferenciar os pacientes e tratá-los não apenas pelos sintomas,
mas também levando em conta como eles são".
Ainda é possível participar da
pesquisa por meio do site www.temperamento.com.br.
2. Fórmulas utilizadas
Nossos gráficos e tabelas foram elaborados no
Microsoft Excel. Para elaboração dos mesmos, foram utilizadas
algumas fórmulas, listadas abaixo:
=cont.ses;
=media;
=modo;
=med;
=desvpad.n;
=desv.médio.
2012 - Colégio Técnico Industrial "Prof. Isaac Portal Roldán" - Unesp - Bauru/SP
trabalho muito bom !
ResponderExcluirtrabalho muito bom !
ResponderExcluirMuito bom ! Parabéns
ResponderExcluirmuito bom, gostei bastante
ResponderExcluirMARAVILHOSO ESTE TEMA PARABENS .
ResponderExcluirAdorei!
ResponderExcluirEsta construção racional e emocional e muito lindo de se estudar.
ResponderExcluirAprendemos a cada dia com os benefícios que podemos ter com o alto-conhecimento desta matéria.